Quando Mel foi internada, senti o desespero do meu coração, que batia aflito e eu só chorava.
Depois que me tornei mãe, o mundo ganhou um sentido, me formar, comprar uma casa, meu carro, trabalhar, passar num concurso, isso tudo só tem valor se vc tem filhos para compartilhar, sair de carro com as crianças é muito melhor, ir ao shopping com elas ver o papai noel é maravilhoso, ganhar mais dinheiro no trabalho é bom, mas poder comprar aquilo que sua pequena mais queria com o dinheiro é melhor ainda, dane-se a bolsa e o sapato que eu tanto queria, dane-se o celular novo, eu quero mesmo é ficar à vontade no sofá com minhas filhas, tomando um picolé.
Naquela semana, a Paloma não estava muito bem e marido estava viajando, aliás era só o marido viajar que uma das meninas adoecia para o meu desespero, sair sozinha, na madrugada com duas bebê num é mole não, mas eu sempre recorria aos meus pais, que mesmo longe, estão sempre perto e disponíveis....
Palominha tinha tido febre, mas não era nada grave graças à Deus e Melissa continuava com aquela secreção estranha de recém nascido no olho, oque me assustava e parecia piorar a cada dia, como paloma amanheceu bem, resolvi levar Melissa no Penido Burnier (hospital de olhos), o médico muito inexperiente, entrou na minha vibração, já que Melissa tinha 40 dias e nada resolvia o problema dos olhos dela e lacrimejavam muito, Paloma teve o mesmo problema com 40dias e só resolveu com dexametasona, ele avisou que provavelmente não era bacteriana mas iria dar antibiotico... Fiquei com cara de paisagem né gente! helllowwwwww...como assim?
Não é bacteriana e ele me receita antibiótico??????????????????
Em que mundo estamos?
O cara estuda 6 anos e me fala isso! Quem me conhece pode imaginar a cara de desdém que fiz para o médico...enfim.... comprei o antibiótico, prq da mesma forma que ela não tinha noção do que tava fazendo, o lance poderia ser bacteriana, mas realmente não parecia, mas arrisquei....
Naquela madrugada, durante as mamadas, notei que a Mel estava quentinha, Paloma gripada tb me preocupava, Deixei Melissa dormir com o tronco mais elevado no Bebe conforto no meu quarto, ela estava agitada e com o nariz entupido, limpei o nariz, medi a temperatura e esperei até amanhecer.
Meu pai chegou e levamos ela ao hospital, após horas de espera em resultados de exames de sangue e urina, veio o diagnostico: Melissa tinha alguma infecção, coisa recente, eu tinha sido rápida, no entanto, tudo em bebês é muito rápido me disse a médica, eles melhoram rápido, mas também pioram rápido e vamos ter que internar....
O raio x também tinha uma manchinha, oque levava tds a creditar em pneumonia. Mas foi tão mal tirado pelo técnico que mal dava para ver.
Eu já tinha chorado horrores para extrair o sangue dela, sorte que a enfermeira muito habilidosa pegou de primeira, o exame de urina estava em ordem, ou seja o problema estava no sangue mesmo.
Então vem a assistente social conversar comigo, dizendo que aquilo era o melhor e que estavam tentando uma internação na Casa de Saude de Campinas, que o suporte pediátrico deles era um dos melhores e realmente foi!
Fomos transferidas, eu e ela.... ela estava aparentemente bem, mamando, sem febre pois tinha sido medicada, seguimos de ambulância, e chegamos lá por volta de 16h, tudo corria bem, ela tinha um pouco de cólicas mas nada muito grave.
Hoje agradeço A Deus que iluminou aquela primeira médica que me atendeu e solicitou a internação, usou de precaução pois se eu estivesse sozinha e Melissa tivesse algum dos ataques que ela teria posteriormente em casa, eu teria pirado.
A febre insistia em voltar, e ela era medicada, seguimos para o quarto naquela noite, com um grande amigo do meu marido, até que ele conseguisse chegar num voô adiantado naquela noite, minah irmã me ajudou com roupas para nós, e eu amamentava a Mel normalmente, aliás eu já tinha notado que ela tinha reduzido um pouco a vontade de mamar e isso começou a me assustar.
É muito ruim lembrar de tudo isso, me dói e me assusta se um dia eu precisar passar por lá novamente... todas aquelas crianças e aqueles bebês, tudo isso mexeu muito comigo...
enfim, a febre ia e voltava, e ela tinha uma tosse que repentinamente virou uma tosse horrorosa que causava engasgos e ela ficava cianótica (preta, roxa como uma beringela), não conseguia respirar e não voltava....quase morri em pânico! Mas logo no primeiro episódio, deitei-a sobre meu antebraço e batia com pressão em suas costas, com firmeza e percebia que tinha algo em sua boca, algo espesso, era catarro, e eu já em seguida retirava com os dedos e ela ia voltando, clareando e respirando...e então eu também podia respirar aliviada... eram cerca de 3 episodios por dia, no próximo eu já fazia tds os primeiros socorros, correndo pelo corredor em direção a UTI ou equipe de enfermagem, quem aparecesse primeiro.
A vida virou de cabeça para baixo, marido ficou em casa, Paloma ficou com meus pais e era um revezamento constante, entre, levar roupas para nós duas no hospital, recolher as sujas para lavar, levar Paloma para minha mãe e meu pai, marido trabalhar e pegar a mais velha, gente sério, foi bem difícil.
Ainda bem que toda essa situação do engasgo eu passei ja estando no hospital, prq eu me sentia amparada, mesmo sozinha, longe da família, era confortante estar ali, uma equipe muito boa e atenciosa.
E Então veio outra informação, teríamos que ficar recolhida em isolamento, ou seja, em um quarto separado e sozinhas, com algumas restrições... os exames tinham sido colhidos para teste e a suspeita era coqueluche, altamente transmissivel e até letal em bebês.
O virus sincicial tinha dado negativo, UFA, muitos bebês que estavam ali era por conta deste vírus, oque é muito comum...
Agora faltava o resultado do pertussis que poderia levar de 30 dias a 9 meses pra ficar pronto...OBS. eu ainda não tive o resultado, tenho motivos fortes para acreditar que não foi coqueluche, mas ela foi tratada como se fosse, aliás a família toda foi tratada.
A pneumonia era uma hipótese, tanto que o tratamento inicial foi com amoxicilina.
Ficar em isolamento foi outra fase terrível, no entanto me questiono sobre esse isolamento, que na verdade não funciona direito, pois a equipe de enfermagem entra em todos os quartos, não trocam de roupas, enfim, é meio mascarado esse isolamento, na minha opinião funciona de forma pouco efetiva.
Melissa ainda tinha episódios de febre e tosse com engasgos, ficava cianótica, alias ficou cianótica até no primeiro dia que retornamos para casa, e tds os dias era perfurada para colher sangue, uma tortura para ela e para mim, sua oxigenação era boa, até que eu achei que começou a ficar cansada e foi para o oxigênio, naquele dia eu chorei novamente, parecia que ela tinha piorado
mas garças a Deus não, foi momentâneo somente para dar um alívio, já que a oxigenação dela ainda era boa, iniciamos o tratamento de todos com claritromicina e ali fiquei por 10 dias com ela, muitas inalações, fizemos amizade, teve até aniversário de 1 aninho no hospital para um garotinha que já estava ali por 4 meses, muito triste e muito feliz ao mesmo tempo... eu teria tido alta antes, mas o médico resolveu não dar, por minha causa, pois ele me achou insegura e de fato eu estava mesmo, a saudade da minha mais velha gritava no meu peito e ela não podia entrar ali, me cortava o coração quando meu marido vinha nos visitar e dizia: Cheguei em casa com a Paloma e ela vai entrando gritando e te procurando: Mamãe eu cheguei!!!! cadê a mamãe papai? cadê a Issa?
Nossa, ual gente...respirei fundo, pois morri nessa hora.
Eu precisava vê-la e no dia seguinte, camufladamente, eu consegui! Quando a vi correndo pelos jardins do hospital brincando e pulando, chorei.. Jesus virei uma manteiga, essas meninas acabam comigo!
Ela me viu e corria em minha direção gritando: A mamãe olha....minha mamãe! Que abraço gostoso, cheiroso, que menina maravilhosa! E em seguida: cadê Issa mamãe?
Amei aquela pergunta, percebi que já existia amor entre elas, que Melissa fazia falta pra ela e que Mel fazia parte da vida dela. Corri brincar um pouco com a Paloma, respirar o ar da rua, do jardim e tomar um sorvete com ela... valeu à pena!
Mas eu ficaria ali, só por mais 2 dias... e tudo voltaria ao normal.
O pediatra que nos acompanhava foi ótimo, dr Joaquim, ele cortou o antibiótico dos olhos e ficamos apenas com água filtrada e deu certo, ela foi melhorando, não tinha episódios de febre...
Marido dormiu uma noite conosco, prq afinal, ficar ali, sozinha todos os dias foram bem ruins, eu nã tinha uma conversa adulta com ninguém, os horários de visita eram reduzidos e é quando eu podia aproveitar para tomar um banho, dar uma volta no corredor e só.
No dia da alta, não tivemos alta, o médico resolveu segurar mais um dia, mas novamente por minha causa, eu estava muito insegura... eu dizia: E se acontecer tal coisa em casa? Aqui estou amparada.. não tenho que pegar o carro, transito e dirigir com duas crianças por meia hora até aqui...
Acho que ele me achou depressiva kkkkk
Acontece que era verdade eu estava assustada, no entanto eu estando ali, causava um baita transtorno para o marido, com relação ao trabalho a vida dele, a vida dos meus pais...a gente conseguiu bagunçar a vida de todo mundo...então eu tinha que seguir em frente e vir embora,a final mel já estava bem, terminaria os antibióticos em casa e caso tivesse outra crise eu saberia oque fazer, eu sempre soube, mas é tenso fzr kkkkk
Conclusão de tudo isso:
É horrivel ficar em hospital ainda mais em isolamento, porém estamos amparadas.
Ainda não temos os resultados do que Melissa teve, mas não acredito em coqueluche.
Acredito que, como eu estava na fase da apojadura e tinha muito leite, ela ao mamar pode ter se engasgado com o excesso de leite que jorrava dos meus peitos, um pouco pode ter sido bronco aspirado, causando a manchinha no pulmão, isso faz com que o pulmão reaja e produza muco, se inflame digamos, causando a tosse com catarro, ela engasga e não consegue respirar, a tosse da coqueluche é diferente, é insistente e tem um chiado coisa que a dela não tinha,...
Juntou a gripe da filha mais velha com a pouca imunidade dela, tudo colaborou, deu febre, enfim, foi só isso, tenho certeza. kkkk
Mas foi um sufoco!
Meninas fiquem de olho em qualquer sinal de febre, mas lembre-se os bebês aguentam melhor a febre do que os adultos, olhos abertos mamães!